De certo modo a nossa civilização pode ser entendida como uma única sociedade. Ainda assim, o individualismo tem um papel importante na estrutura desse complexo sistema que está em constante movimento adaptando-se as demandas do homem de cada momento.
Nesse sentido, o filósofo Zygmunt Bauman denomina uma característica da sociedade contemporânea que precisa se adaptar as novas demandas. Desse modo surge o conceito de sociedade líquida ou modernidade líquida. Por essa razão, nesse artigo vamos entender um pouco melhor esse conceito e como se aplica muitas nas nossas relações íntimas e pessoais.
Por que sociedade líquida?
Com o passar dos anos, as sociedades humanas passam por constantes transformações e em pouco tempo mudamos leis e maneiras de entender algumas questões relacionados a moral e a ética. Por essa razão a filosofia de vida, os valores e o que se considera moral e ético está em constante evolução.
Contudo, com o avanço tecnológico e a independência do homem moderno, Zygmunt Bauman no seu livro Modernidade Líquida, é capaz de explicar os fenômenos sociais da era moderna. Mas por que sociedade líquida? Esse conceito faz alusão ao movimento fluído do líquido e faz uma analogia metafórica das relações no período onde estamos completamente conectados.
Qual o conceito de sociedade líquida?
Na realidade líquida de Bauman, ocorre uma ruptura do homem moderno com as instituições e estruturas modais do passado. Assim sendo, a vida antes era desenhada para cada pessoa e que necessariamente eram obrigadas a seguir os padrões para a sua vida.
Sendo assim, nos tempos modernos o filósofo afirma que as pessoas conseguiram se desvincular dos padrões e estruturas. Ou seja, cada um tem a capacidade de criar seu próprio molde para determinar suas decisões e forma de vida.
De acordo com Bauman a vida líquida está relacionada a uma sociedade fundamentada no individualismo. Ou seja, uma sociedade que se converteu em algo temporal e instável que carece de aspectos sólidos. Em outras palavras, as relações interpessoais se tornaram cada vez mais efêmeras e voláteis.
Os aplicativos de encontro que reafirmam essa realidade
Decerto, essas relações esporádicas e sem nenhum tipo de vínculo afetivo são um efeito colateral desse fenômeno. Logo, Zygmunt Bauman relaciona esse tipo de relação com o conceito de amor líquido. Em suma, o medo ao compromisso e as coisas que teremos que renunciar contribuem como razões principais essa rejeição que existe na hora de se comprometer.
Isto é, as relações amorosas acabam por se converter em breves episódios dos quais o benefício pessoal consiste na moeda de troca. Portanto, quando um casal deixa de ser funcional ou rentável, a relação termina dando espaço a novas relações que supram a necessidade daquele momento.
Os desafios da educação em uma sociedade líquida
Apesar de viver em uma sociedade altamente tecnológica ainda necessitamos aprender a viver em um mundo saturado de informação. Logo também é fundamental aprender a preparar as futuras gerações.
Assim, a maneira de ensinar também precisa acompanhar as demandas dessa no superestrutura social. Ou seja, a nova geração que cresce envolvida nesse emaranhado de informações precisa estar conscientizada e preparada para lidar com os desafios propostos por esse modelo.